Contaminação de celulares em unidades de terapia intensiva e a segurança do paciente

Fernanda Loureiro de Moura, Érica Brandão de Moraes, Julia Darte Martins, Deise Ferreira de Souza, Maritza Consuelo Ortiz Sanches

Resumo


Objetivo: Mapear o perfil microbiológico de contaminação dos celulares em profissionais de saúde que trabalham em Unidades de Terapia Intensiva de adulto. Métodos: Trata-se de uma revisão de escopo realizada no segundo semestrede 2019. As buscas foram feitas nas bases de dados Lilacs e Medline (PubMed), Cochrane Library e Google acadêmico com os descritores Cell Phone; Intensive Care Units; Health Personnel; Patient Safetye suas palavras-chaves correspondentes. Resultados: Houve predominância de Staphylococcus coagulase negativa e S. aureus, incluindo cepas resistente à meticilina- MRSA (Methicillin- resistant Staphylococcus aureus) e bactécias Gram negativas. Conclusão: A contaminação dos telefones celulares com bactérias presentes na pele e fossas nasais evidenciou a baixa adesão às medidas de controle de infecções, como higienização das mãos e desinfecção de objetos. Identificou-se que tal contaminação está aliada à falta de protocolos padronizados, o que contribui para o aumento de infecções relacionadas à assistência a saúde e compromete a segurança dos pacientes e dos próprios profissionais de saúde no ambiente hospitalar. Tal fato torna o controle de infecções hospitalares um grande desafio, sendo necessária a padronização de normas para o uso dos telefones celulares neste cenário, como também a realização de atividades educativas com os profissionais de saúde.

Descritores: Telefone celular; Contaminação; Pessoal de saúde; Unidades de terapia intensiva; Segurança do paciente.

CELL PHONE CONTAMINATION IN INTENSIVE CARE UNITS AND PATIENT SAFETY

Objective: To map the microbiological profile of cell contamination in health professionals who work in adult intensive care units. Methods: This is a scope review carried out in the second half of 2019. The searches were performed in the Lilacs and Medline (PubMed), Cochrane Library and Google academic databases with the keywords Cell Phone; Intensive Care Units; Health Personnel; Patient Safety and its corresponding keywords. Results: There was a predominance of coagulase-negative Staphylococcus and S. aureus, including methicillin-resistant strains- MRSA (Methicillin-resistant Staphylococcus aureus) and Gram-negative bacteria. Conclusion: The contamination of cell phones with bacteria present on the skin and nasal cavities showed the low adherence to infection control measures, such as hand hygiene and disinfection of objects. It was identified that such contamination is coupled with the lack of standardized protocols, which contributes to the increase in infections related to health care and compromises the safety of patients and health professionals themselves in the hospital environment. This fact makes the control of nosocomial infections a great challenge, requiring the standardization of rules for the use of cell phones in this scenario, as well as the carrying out of educational activities with health professionals.

Descriptors: Cell phone; Contamination; Health personnel; Intensive care units; Patient safety.

CONTAMINACIÓN CELULAR EN UNIDADES DE ATENCIÓN INTENSIVA Y SEGURIDAD DEL PACIENTE

Objetivo: Mapear el perfil microbiológico de la contaminación de los celulares en profesionales de la salud que trabajan en unidades de cuidados intensivos para adultos. Métodos: Esta es una revisión de alcance realizada en el segundo semestre de 2019. Se realizaron búsquedas en las bases de datos académicas Lilacs y Medline (PubMed), Cochrane Library y Google con los descriptores Cell Phone; Unidades de cuidados intensivos; Personal sanitario; Seguridad del paciente y sus palabras clave correspondientes. Resultados: Predominó Staphylococcus coagulasa negativo y S. aureus, incluidas las cepas resistentes a meticilina MRSA (Staphylococcus aureus resistente a meticilina) y bacterias Gram negativas. Conclusión: La contaminación de los teléfonos celulares con bacterias presentes en la piel y las fosas nasales mostró una baja adherencia a las medidas de control de infecciones, como la higiene de manos y la desinfección de objetos. Se identificó que dicha contaminación se combina con la falta de protocolos estandarizados, lo que contribuye al aumento de infecciones relacionadas con la atención médica y compromete la seguridad de los pacientes y los profesionales de la salud en el entorno hospitalario. Este hecho hace que el control de las infecciones nosocomiales sea un gran desafío, que requiere la estandarización de las normas para el uso de teléfonos celulares en este escenario, así como la realización de actividades educativas con profesionales de la salud.

Descriptores: Teléfono cellular; Contaminación; Personal de salud; Unidades de cuidados intensivos; Seguridad del paciente.


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DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2020.v11.n6.3852

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