Vulnerabilidade social e cobertura do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica

João Pedro Angelici Virginio, Alessandro Igor da Silva Lopes, Jonas Lotufo Brant de Carvalho, Juliane Andrade, Maria da Glória Lima, Alisson Fernandes Bolina

Resumo


Objetivo: aplicar o Índice de Vulnerabilidade Social para o Distrito Federal e compará-lo com a distribuição espacial da cobertura dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica. 

Método: trata-se de estudo ecológico com base nos dados do censo demográfico, da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, bem como de outros disponibilizados pela Gerência de Apoio à Saúde da Família. 

Resultados: verificou-se que 31,4% dos setores censitários do Distrito Federal foram classificados com baixo nível de vulnerabilidade social, 47,8% médio, 12,2% elevado e 8,3% muito elevado. Apenas 37,17% do território do cenário de estudo apresentavam cobertura Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica. Ao comparar a distribuição espacial desses desfechos, observou-se elevada extensão de vazios assistenciais de cobertura desse serviço, tanto em setores rurais quanto urbanos, e estes frequentemente classificados em maior estrato de vulnerabilidade. 

Conclusão: Recomenda-se a utilização de ferramentas de gestão de políticas públicas, como o Índice de Vulnerabilidade Social, para o redesenho da Rede de Atenção à Saúde, tendo em vista o enfrentamento das iniquidades sociais.

Descritores: Vulnerabilidade Social; Atenção Primária à Saúde; Saúde da Família; Enfermagem; Sistemas de Informação Geográfica


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DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n2.3955

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