Violência sexual e adesão ao protocolo de atendimento de um hospital do sul do Brasil

Maria Gabrielle Ribeiro, Fabiana Schuelter-Trevisol

Resumo


Objetivo: Descrever os casos de violência sexual, identificar as características sociodemográficas das vítimas e da agressão, verificar a adesão à quimioprofilaxia e a realização de coletas sorológicas de um Hospital Geral do Sul do Brasil, durante o período de janeiro de 2007 a dezembro de 2017. Métodos: Delineamento de coorte histórica em que foram analisadas as fichas de notificação compulsória e dados do prontuário, entre janeiro de 2007 a dezembro 2017. Resultados: No período, 118 pessoas procuraram atendimento hospitalar por violência sexual. A mediana de idade das vítimas foi de 14 (IIQ 12,25), variando de 1 a 78 anos. Houve predomínio de notificações entre mulheres (84,7%), raça branca (83,9%), escolaridade de 0 a 8 anos de estudo (43,2%), solteira (63,6%). Identificou-se um caso reagente para sífilis, e somente 5,9% tiveram adesão ao seguimento proposto. Conclusão: A baixa adesão ao protocolo de atendimento aumenta os riscos à saúde e chance de sequelas pelo agravo, sendo necessária outras estratégias dos serviços para ações de continuidade das ações profiláticas e terapêuticas.


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DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n2.4140

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